A intenção foi vincular desenho, corpo, espaço e tempo. Para tanto, cada pessoa deveria ouvir uma música específica e reagir em escala corporal ao papel. Cada música (tempo de acontecimento da ação: 4minutos) um ritmo, uma temporalidade distinta; tempo cíclico/ eletrônico, tempo linear/ notas longas, palavras/ sons mecânicos e música rítmica regional. De que forma isso poderia ficar evidente no desenho? Como o corpo ao lado poderia influenciar na interação do outro corpo apesar de ritmos distintos? Como as interferências externas faziam efeitos no desenvolvimento da ação? Qual é a temporalidade do corpo e a percepção desse tempo com ritmos tão distintos em um mesmo espaço tempo (acontecimento). Como perceber essa espessura temporal?
Para cada um o exercício funcionou de uma maneira. Para uns passou rápido, para outros durou muito mais do que 4 minutos. A temporalidade de cada corpo, apreendendo os tempos e nos fazendo perceber em relação ao tempo do outro. Desenhar com outros foi uma maneira de observar claramente a subjetividade e os desvios temporais; a duração da representação para uns prolongou, para outros diminui a duração real.
A ação funcionou também como uma construção subjetiva de uma coreografia própria, a partir dos ritmos, frequências, impulsos e durações de cada corpo, e uma coreografia compartilhada em um mesmo espaço. Marcando corpos e produzindo uma experiência marcada do corpo no espaço.