1.4.22

Felipe Vaz Luza, FRASES (Retórica do Ato Performativo)

Frases retiradas do texto:

PHELAN, Peggy (1993). "A Ontologia da Performance". In Unmarked: The Politics of Performance. London and New York: Routledge.


"Os olhos tapados de Festa durante a sua performance interrogam a cumplicidade tradicional por detrás dessa troca visual. Os seus olhos estão totalmente ausentes e quanto mais tentamos <<vê-la>> mais compreendemos que <<vê-la>> requer que sejamos vistos. Em todas essas imagens há uma sensação peculiar de que seu drama se baseia absolutamente na sensação de nos vermos a nós próprios e de sermos vistos como Outro." (p. 184)

Comentário:

Precisamos ser vistos para entender que somos? Se sou o Outro pelo olhar dos outros, como os outros me percebem/concebem? O trabalho artístico se faz pela exposição visceral do que se passa dentro de nós. Apesar das metáforas que utilizamos nas expressões da arte, estas metáforas são mais representativas do que somos e sentimos do que algumas máscaras que utilizamos no cotidiano. Quando eu sou eu mesmo e quando é que tento ser o Outro que os outros enxergam em mim? 



“Reconhecer a (sempre parcial) presença do Outro é reconhecer a nossa (sempre parcial) ausência.” (p. 175)


Comentário:

A frase me fez refletir sobre as novas relações geradas a partir de aplicações como o ZOOM e a ampliação da dependência social humana das interações através dos smartphones, tablets, e outras telas e como essas relações criam novas metáforas sobre os momentos em que estamos presentes e ausentes ao mesmo tempo, estando próximos a outras pessoas ou não. É possível reunir-se para jantar com um amigo, estando em continentes diferentes, mas presentes em imagem e som. Assim como também se estar na presença física de outras pessoas e estar ausente através da conexão excludente com a tela do smartphone. Tudo parece ter a possibilidade de estar perto e distante ao mesmo tempo.



Frase retirada do texto:

ALMEIDA, Paulo Luís (2009). “Retórica Performativa do Desenho” [texto policopiado]. Seminário de Desenho e Performatividade. Mestrado em Artes Plásticas. Porto: FBAUP. 


"A função persuasiva supõe a manipulação da expressão e o reajuste do conteúdo. Esta dupla operação reflete-se nos códigos que suportam a interação discursiva e performativa, provocando com isso uma mutação do código. Neste processo, a retórica surge como um filtro: ao acentuar certas premissas, suprimindo outras, organiza a nossa visão." (p. 9) 


Comentário:

A ilustração trabalha diretamente com a retórica para direcionar o entendimento dos espectadores acerca da obra, uma persuasão narrativa da ordem de leitura dos seus elementos componentes. Como questionar e visualizar os movimentos por trás desta codificação? Como ampliar a percepção sobre a condição performativa do desenho?