O primeiro momento de ação surgiu
através de uma prática que consistia em focar-me em três verbos distintos:
cortar, esfregar e acender. Estes três verbos foram a minha companhia e o meu
foco durante os 30 minutos de exercício, tornando-se quase compulsivos nos
últimos momentos de exercício. A maior dificuldade encontrada durante este
processo foi alienar-me de todos os pré conceitos do que é o desenho e
concentrar-me no ato (performativo) da ação. Utilizei a técnica de fechar os
olhos e procurar reproduzir os movimentos sem pensar no desenho como obra final
e como resultado.
Num
segundo momento, associei o ato de abraçar com estender. Durante o tempo de atuação foquei-me em
representar a ação de estender a roupa, mas transferir o sentimento e os
movimentos involuntários feitos pelo corpo num abraço.
Procurei durante o exercício transferir as
respirações mais profundas e as contrações que o corpo faz durante o ato de
abraçar enquanto fazia os movimentos de baixar, apanhar a roupa da bacia,
sacudir e estender na corda.
Esta
associação cabelo/ pincel acontece pela natureza destes dois objetos se poder
associar naturalmente e os movimentos normalmente feitos com a mão passaram a
ser feitos com o corpo todo e sobretudo com a cabeça.
Penso
que com este agregado de exercícios experimentais foi-nos bastante fácil
compreender os pilares fundamentais da transferência do uso bem como o seu
modo de atuação.