25.2.15

Catarina Jordão - Trabalho Final

Sendo que através do desenho se criam substitutos, - de objectos, pessoas, acções - no meu trabalho funciona como substituto das memórias dessas mesmas acções que despoletaram determinada emoção e desta maneira se poderão relacionar com o observador. Neste projecto pode–se afirmar o desenho como testemunho visual, ficcional ou não, dessas mesmas acções.
O registo documental da memória acaba por trabalhar como um instrumento de auto-reflexão e análise comportamental e emocional, tanto do autor como na resposta do próprio observador.

“Nós criamos modos de interacção que nos humanizam aos olhos daqueles que observamos, mas também daqueles que nos estão a observar”- (João Ramos)­­.
Estes momentos e relatos das memórias só a mim pertenciam, com a partilha e a troca de experiências vai humanizar esta acção depois de estabelecida uma relação entre o autor e o observador, tanto pela história como pela maneira que ela é contada, colocando muitas das vezes o observador no lugar da personagem.

Podemos admitir que a performatividade de uma Banda Desenhada, pode estar presente tanto nessa simulação como na própria interacção com o espectador e em como este reage ao trabalho.
Seguindo por este contexto, criei um comic em formato de poster onde relato os meus comportamentos típicos ao longo do tempo, desde que o professor sugere o projecto, recorrendo a imagens de filmes ou fotografias de ícones do cinema para me ajudar a transmitir a mensagem. Assim, estamos perante um conjunto de meta imagens, sendo que cada uma nos remete para outra já existente, claro está que é necessário um conhecimento já adquirido para a compreensão e relação das imagens com o seu grau zero. As imagens foram escolhidas não só pelo sentido literal, mas também pela carga emotiva ou conceptual.