6.2.17

Conexões
J.Paulo Freire


"Tocar é também ser tocado, o que coloca dois corpos, duas matérias ao mesmo nível - o movimento de contato entre dois corpos envolve sempre as duas partes; mesmo quando se empurra alguém, quando se dá um soco em algo, este algo responde recebendo. Receber é já uma resposta, receber um empurrão é tocar ao de leve quem empurra." 
Atlas do Corpo e da imaginação - Gonçalo M. Tavares p.436


A premissa escrita por Gonçalo reflete bem o objetivo desse trabalho, que tenta unificar experiências pessoais pensamentos, particulares e a construção de uma linguagem pessoal para a transmissão de uma mensagem específica, mensagem esta, que busca a resolução de um questionamento já não tão moderno mas que poderia ser considerado eternamente contemporâneo:
É possível viver sozinho?
Essa pergunta pode ser encarada de forma generalista, mas é uma questão que norteia toda a concepção do trabalho, a necessidade de uma construção conjunta, ou mesmo, a possibilidade de entender que qualquer construção só pode ser desenvolvida se for de forma conjunta. São os alicerces para se atingir o real objetivo desse trabalho. Que é mostrar a necessidade de um mutualismo
principalmente em se tratando de uma obra performativa. A criação não só provém
do artista mas também do observador da obra. Neste caso, entender o desenho como ato performativo, com relação a este projeto, é entender que o desenho não se restringe apenas a tinta na superfície, e sim, a todo a construção da obra desde sua concepção prévia e montagem de materiais até a performance final, onde existe a interação entre o artista e o observador.