Compreender desenhos, fotos, cartas, recibos, documentos e qualquer material como parte ou o todo de uma performance pode ser controverso como foi observado nos textos de Peggy Phelan, “Unmarked: The Politics of Performance” (1993), e de Philip Auslander, “The Performativity of Performance Documentation” (2006), onde eles argumentam sobre a importância e a relevância da documentação junto à performance.
Para o desenvolvimento do exercício do Workshop 4, tive como premissa realizar uma performance que criasse um rumor de veracidade, colocando em dúvida todas as etapas: idealização e realização da performance. A documentação é a única forma de comprovação de que a ação foi realizada (ou não).
Nesta performance quis desfamiliarizar o uso da minha varanda e estabelecer um contexto com a minha investigação sobre o Isolamento Social. Desta forma, segui para um caminho mais poético, percebendo como vejo o espaço, como gostaria de utiliza-lo, como ele é observado e como tenho me sentido durante esse período de isolamento. Dentre as várias ações que ocorrem no limiar entre o espaço privado e o espaço público são: a chuva e o choro, resultando no elemento água. Por isso, quis transformar minha varanda em uma piscina, em um rio e em um mar de sentimentos, onde eu pudesse entrar e sentir tudo aquilo que já passou.
A documentação desta performance pode ser vista abaixo.
O resultado da performance que é apresentado para a audiência gera alguns rumores: se é ou não real; até que ponto é real; qual é o local real da execução da ação.
Um ponto que quis levantar junto a esse exercício é proporcionar à audiência a liberdade da interpretação sobre como a performance foi executada através dos documentos da mesma, permitindo com que cada observador crie uma performance diferente em seu imaginário.