18.5.20

"UM PASSEIO DESVIANTE"

Os tempos de pandemia que vivemos actualmente fazem-nos ponderar a verdadeira versão dos acontecimentos. Sair de casa é um ato restrito a determinadas necessidades. Sair de casa é um ato invulgar nos dias de hoje. Sair de casa apenas para satisfazer obrigações incontornáveis, como passear o cão.

Hoje, quem tem um cão em sua casa ou um animal doméstico que precise de sair à rua várias vezes ao dia... tem, em parte, uma justificação plausível para viver um pouco fora das 4 paredes. Quem não tem...arranjou uma solução distinta. O interesse é poder sair, em segurança, e ter uma satisfação eficaz. Assim, é possível rever essa mesma circunstância e adaptá-la às possibilidades.

Eu quero sair à rua. Eu vou sair à rua. Eu vou passear. Eu vou dar a volta ao quarteirão. Eu vou documentar as provas que justifiquem o meu passeio, mesmo que de forma parcial.



                                              Alguém viu. O público viu. Eu vi. 





                                       O cão da vizinha do lote 7 viu, um isco.
 O pássaro viu.





A folha da figueira do quintal da Sra. Lurdes viu.




O carro que passou por mim a alta velocidade...viu.



A dúvida e a inquietação, certamente, pairou no pensamento de quem me viu. A justificação ficou-se pelo silêncio da ação e pelo barulho do cão. O registo ilusório.