PERFORMANCE, DOCUMENTO E DESENHO
Memórias de um Alpinista
Depois de visitar a montanha, o corpo trouxe a memória dos movimentos - de caminhar e escalar.
Esses gestos foram transportados de uma enorme escala - a de uma montanha - para uma pequena escala, a escala de uma casa, a nossa escala humana.
O corpo por ter também ele memória começou a escalar os objetos da minha casa, como se estivesse a revisitar aquele espaço ocupado pela minha imaginação.
O desenho aqui apresentado dá enfase a este processo de habitar com o corpo a nossa memória, através de ritmos e direções. Tal como Morris na sua série "Blind Time Drawings" desenhei de olhos fechados, revisitando novamente percursos e trilhos da minha montanha, sendo as minhas mãos a extensão das minhas pernas e o registo do carvão na folha de papel as minhas pegadas. Como é certo, a nossa memória falha-nos, e temos tendência para encurtar a duração das ações, neste caso percebe-se pela orientação das marcas o que é, contudo é impossível em tão poucos movimentos fazer tamanha caminhada, acabando por ser apenas um percurso representativo.
