28.5.21

Performance, documento e desenho__Catarina Bach

 Workshop 4


Refúgio 

Numa tentativa de fuga praticamente impossível, escondo-me da minha própria sombra ao longo do meu percurso até casa. Caminhando pelas sombras nele existentes, qualquer espaço ausente de luz é um escape. Para que o meu eu-sombra se desprenda do meu eu-corpo, invado sombras que não me pertencem, fazendo com que a minha se esvaneça e se perca. Sob luz, ela persegue-me sem parar. Sob sombra, ela extingue-se, desaparece.

Próximo de uma hora em que o sol se prepara para incidir diretamente sobre os nossos corpos (+/- 12h), a minha fuga torna-se num processo ainda mais complicado. Nos desenhos que realizei, mapeio o meu percurso pela penumbra. Nos locais inexistentes de sombra, corro até alcançar novamente um novo espaço, e esforço-me por ser mais rápida que o meu eu-sombra.

Esta experiência resume-se a uma tentativa sem fim, praticamente falhada, refletindo na impossibilidade de uma separação entre o corpo e a sua sombra.















Planta das sombras de parte do percurso

Sombra-abrigo do poste

Sombra-abrigo de um desconhecido