7.5.21

Desenho, Instrução e Performance - Leonor Ferreira



Exercício Proposto

Neste workshop procurei estabelecer uma relação com um dos conceitos que abordo presentemente: temperatura. Tinha como intenção focar a atenção no corpo e no seu envolvimento.

Para o exercício realizado em aula propus ao Pedro que se focasse na temperatura do seu corpo. Então, com a ajuda de um termómetro, propus a medição da temperatura e o desafio de a fazer baixar 1ºC, pelo menos.

Não criei expetativas e não entendi nenhuma solução. A minha intenção estava mais focada no processo desta ação e não na sua possibilidade. Virar a atenção para si mesmo. É mais fácil fazer a temperatura subir, então pensei no contrário. De que maneira me vou esfriar? Que mudanças é que precisam de acontecer? Que extensões vou aliar ao meu corpo para me arrefecer?


Para o exercício de desenho propus desenhar com água à temperatura corporal. Esta ação seria puramente experimental, também não visa uma solução. Pretendia que o colega entendesse a água como uma matéria efémera e quando está à temperatura do nosso corpo mais efémera se torna. E, com esta matéria efémera, a ideia era criar o desenho eterno. Visto que a água, eventualmente, desaparece, é necessário a continuação da ação para que se mantenha o desenho. 




Exercício Executado 

Ação






Para este exercício foram-me dadas formas de esferovite para realizar uma ação e desenvolver um desenho. 

A primeira dificuldade foi pensar no que quer que fosse a partir de formas tão específicas. O esferovite, neste caso, foi feito para acolher um objeto específico, daí a sua forma também o ser. Para a ação realizada na aula, a minha vontade foi desfazer-me da forma e torná-la inútil perante a sua função anterior. Penso e encaro o esferovite quase como uma prótese que é feita para ajudar a albergar algo, então, tornei-a numa forma mais orgânica que pudesse albergar algo útil para mim. 




Desenho




Para o exercício de desenho foi-me proposto o desafio de imaginar outra função para os esferovites. Assim como no exercício anterior, também pensei que outra função lhes poderia aferir, neste caso, decidi romper-me ainda mais da sua forma. 

Então, a função que dei ao esferovite foi o uso das suas características geométricas. Decidi utilizar as formas retas somente nas particularidades do traço do desenho. A partir de ângulos retos, traços paralelos e retilíneos, desenvolvi um desenho mais intuitivo, tornou-se mais textural e orgânico e rompi-me da forma pré-feita.