A Marioneta
Marioneta_Etimologia
Do francês marionette
Pequena figura de madeira ou de papelão que um homem, oculto atrás de uma tela,
movimenta com os dedos ou por meio de cordéis; fantoche.
[Figurado] Pessoa frívola, sem personalidade, que se pode manejar à vontade; títere
Não é fácil estar presente num mundo onde somos constantemente controlados e/ou manipulados pelo outro. Ao longo do nosso percurso existencial, iremos enfrentar situações distintas, onde não iremos agir de acordo com nós mesmos. Na verdade, são muitas as vezes em que precisamos de ocultar aquilo que somos e fazer destacar a nossa “persona”. Esta expressão representa, dentro da simbologia de Carl Jung, o oposto da nossa “sombra”. A Sombra, de um modo geral, “possui uma qualidade imoral ou, pelo menos, pouco recomendável, contendo características da natureza de uma pessoa que são contrárias aos costumes e convenções morais da sociedade, (…) é o lado inconsciente das operações intencionais, voluntárias e defensivas do ego.” (Murray Stein, 2006, p. 107). Enquanto que a Persona, tal como a sua etimologia do latim que caracteriza uma máscara de ator ou uma personagem teatral, esta “desempenha um papel oficial, quotidiano, de adaptação ao mundo social, (…) é a pessoa que passamos a ser em resultado dos processos de aculturação, educação e adaptação aos nossos meios físico e social.” (Murray Stein, 2006, p 110). Com isto, posso afirmar que a Persona é aquilo que somos de acordo com o outro. Isto é, não somos completamente nós mesmos, sendo que temos de agir de acordo com o que nos rodeia. Uma máscara esta constantemente nas nossas mãos, pronta a ser colocada e usada.
Em conformidade com esta ideia, associo o simbolismo da marioneta. Sabemos que este termo remete a um boneco, pessoa ou objeto manipulado, por meio de cordas ou fios, por alguém oculto atrás de uma tela. A figura apática move-se de acordo com o outro, desde gestos a expressões, tudo é comandado. Esta marioneta tem vida própria, mas não consegue ser ela, sendo que a sua genuinidade se foi esvanecendo e se transformou numa pessoa inautêntica e submissa. Com isto, o trabalho cria-se em torno deste pensamento: uma marioneta que, no fundo, representa todos nós, onde as emoções e expressões são manipuladas pelo que nos rodeia (pelo outro). Uma marioneta que precisa de ser para o mundo o que o mundo precisa que ela seja, não nos permitindo demonstrar aquilo que realmente somos e/ou sentimos.
(Imagens provisórias)