25.2.22

Kaue Nery, Transferência de uso

 Foi estabelecido que os verbos de ações realizadas no cotidiano seriam o principal fio condutor para explorar possibilidades através da linguagem do desenho:

  • Primeiro Ato: Mexer 

Estive a pensar sobre os movimentos cíclicos de uma colher. Quais grafismos iriam surgir se o instrumento pudesse ser registrado através de linhas?

 "Pelo pressuposto de uma xícara de café, que precisa ser adocicada, a colher segue o movimento descordanado de uma  mão dormente, que ainda está a acordar de uma  noite inerte, balança o objeto, que segue o ritmo repetitivo de um mantra matinal."




Como um pêndulo, os pincéis foram suspensos e induzidos, através do movimento da mão, a balançar em diferentes direções. 


  • Segundo Ato: Molhar - Esfregar
A combinação de dois verbos, para estabalecer uma conexão imagética junto ao ato do fazer. Molhar, como ato de limpar, e esfregar, como ato de remover.

Nesse estudo, o  papel é umedecido... desmancha-se pelo excesso de água vinda da esponja porosa, que arranha as camadas e retira a mancha da superfície. A obsessão pela repetição provoca o esgotamento do suporte, que aos poucos, perde sua característica plástica e evidencia a ausência da materialidade. 










O vazio como resultado da ação de repetir o movimento aprupto da esponja na superfície do papel, criando buracos no suporte.

 


Terceiro Ato: Secar 

O segundo estudo indica a reflexão da última tarefa. O resquício do trabalho na parede, com as manchas causadas pela a esponja molhada. 

A sombra, como princípio do desenho, aparece no retângulo do papel, que isolou a parede do restante das manchas. As gotículas, que escorreram pela parede, vão parar na proteção depositada no chão. Onde as mesmas secam, pelo processo de evaporação.