30.1.23

Trabalho Final _Francisca Costa

 Ato Performativo- Trabalho Final 

A instrução como elemento catalisador da performance:

A performance que desenvolvi assenta os seus alicerces nos conceitos de Instrução-Performance-Obra independente ou registo.

Formada por três desdobráveis compostos por quatro desenhos cada, a atividade consistiu em utilizar os materiais de desenho para registar os movimentos na folha. O ato performativo teve 4 participantes sendo eu um deles.

Nas instruções pode ver-se o seguinte:




O desenho como protocolo instrutório é uma das formas de comunicar e é um elemento catalisador das múltiplas possibilidades da ação.

O participante é confrontado com um papel que “não diz nada”, não tem nada escrito, o que causa imediatamente um sentimento de estranheza.

   Ao anular as características normais de uma instrução (o texto escrito e o passo a passo) já está implícito uma abordagem performativa, pois o interprete é guiado a usar a sua criatividade e raciocínio para executar a ação.

Das três pessoas que participaram no ato performativo nenhuma delas optou pela recusa da instrução, ficando bastante agarradas á ideia de corresponder a certo comportamento, pelo menos na parte inicial do ato.

Relacionando com a questão do desenho protocolar, onde a relação entre a interação de agir e resultados da ação é formalizada enquanto imagem e ato de desenho.

   Procurei que a linguagem do desenho usada fosse bastante simples, usando o desenho de contorno-linha e um fundo branco para dar as instruções. Não realizei muitos desenhos para cada instrução com o propósito de criar incerteza sobre o que existe entre cada ação, que espaço é esse que se cria.

   Sendo que os participantes e as instruções dadas se situam no campo da dança já era de esperar um certo tipo de comportamento e entendimento das instruções, pois o ser humano baseia-se no conhecimento que tem anteriormente adquirido para ver o mundo.

   O que foi mais interessante de observar a nível comportamental foi ver a dificuldade sentida em transcrever um movimento habitual e já conhecido pelos participantes para o papel através dos instrumentos de desenho.

 









Um corpo que se move, desenha muitas vezes por si só.

   Penso que o desenho e a performance são por vezes tão intrínsecos que não sabemos onde começa um e acaba o outro.