Neste workshop, foi-nos proposto pensar o desenho
como documento do ato performativo. Começando com um lugar da faculdade, olha-lo
como o grau zero de uma ação desviante.
Deveríamos
então perceber as dinâmicas do espaço e a sua funcionalidade para então a
podermos alterar conscientemente.
Pretendia-se
que o aluno construísse um corpo documental da ação que criou, tendo como uma
das bases o sistema das transcrições de Bernard Tschumi.
Os
meios para o fazer eram livres e cada aluno poderia adequar a linguagem à sua
própria prática.
Para
esta proposta optei por descontextualizar a entrada da faculdade, um espaço
bastante emblemático e que todos os estudantes têm que interagir para se
dirigirem aos restantes edifícios. Pensei então num ato que contrariasse a dinâmica
da estrutura do edifício, ou seja, as escadas que são para ser subidas na
vertical permitindo nos ascender, agora eram um espaço ou onde deslizávamos
lateralmente por elas. A simples troca de eixos muda completamente o propósito do
objeto-escada, agora esta já não nos eleva, mas sim nos mantem ao mesmo nível. Neste
mesmo espaço existiria uma pessoa que estava no patamar ligeiramente a cima a
saltar. Neste patamar o objetivo é que nos desloquemos para outras áreas, mas
em vez disso estaríamos no mesmo sítio apenas a variar a altura em que nos
encontrávamos. Penso que esta simples inversão do propósito de algo tão simples
nos faz pensar o espaço como algo com uma função e o desenho como registo ou
instrução para o ato performativo performance.
Ninguém sabe se esta ação foi realmente realizada, mas ela existe na cabeça de todos que viram o seu desenho