25.1.23

Performance-Documento-Desenho


  Neste workshop, foi-nos proposto pensar o desenho como documento do ato performativo. Começando com um lugar da faculdade, olha-lo como o grau zero de uma ação desviante.

  Deveríamos então perceber as dinâmicas do espaço e a sua funcionalidade para então a podermos alterar conscientemente.

  Pretendia-se que o aluno construísse um corpo documental da ação que criou, tendo como uma das bases o sistema das transcrições de Bernard Tschumi.

  Os meios para o fazer eram livres e cada aluno poderia adequar a linguagem à sua própria prática.

  Para esta proposta optei por descontextualizar a entrada da faculdade, um espaço bastante emblemático e que todos os estudantes têm que interagir para se dirigirem aos restantes edifícios. Pensei então num ato que contrariasse a dinâmica da estrutura do edifício, ou seja, as escadas que são para ser subidas na vertical permitindo nos ascender, agora eram um espaço ou onde deslizávamos lateralmente por elas. A simples troca de eixos muda completamente o propósito do objeto-escada, agora esta já não nos eleva, mas sim nos mantem ao mesmo nível. Neste mesmo espaço existiria uma pessoa que estava no patamar ligeiramente a cima a saltar. Neste patamar o objetivo é que nos desloquemos para outras áreas, mas em vez disso estaríamos no mesmo sítio apenas a variar a altura em que nos encontrávamos. Penso que esta simples inversão do propósito de algo tão simples nos faz pensar o espaço como algo com uma função e o desenho como registo ou instrução para o ato performativo performance.

 

Ninguém sabe se esta ação foi realmente realizada, mas ela existe na cabeça de todos que viram o seu  desenho







fotografia: Ines Soares