12.10.15

José Gomes








(1) Verbo – esfregar (Passar numerosas vezes, fazendo pressão, um corpo sobre outro)/marcar (destacar)/esmagar (abater, amassar, demolir)

Este primeiro exercício consistia em transferir o uso de uma ação para os suportes e processos do desenho, e para tal decidi pegar nos verbos “esfregar, marcar e esmagar” que acabam por dividir o exercício em 3 fazes, respectivamente.
1 – numa primeira fase utilizei uma barra de sanguínea para esfregar o papel; sendo este um material que aparenta ser duro, é também muito macio, e como o ato de esfregar algo remete em mim para a fricção entre dois corpos que não oferecem grande resistência entre eles vi neste material o meio ideal.
Comecei por esfregar a barra sobre o papel em movimentos ora circulares, ora unilaterais até que toda a superfície estivesse coberta; foi quase como se o objetivo fosse entranhar este “esfregar” na folha.
2 – todos os dias fazemos marcas em qualquer coisa, e no campo do desenho não e excepção. Quis aqui, através de um objeto com ponta metálica, criar as marcas que ficam nas superfícies quando realizamos um desenho ou um corte. A ação aqui seria destacar da ação de esfregar marcas escondidas na superfície que suportava o papel.
3 – com o ato de esmagar carvão sobre o mesmo desenho queria quase “demolir” o que foi anteriormente feito de forma a trazer de volta partes do branco do papel – para tal esmaguei o carvão em movimentos circulares.


(2) 

Para este segundo exercício, trouxe do primeiro o objeto de ponta metálica que é o x-ato. Este  comporta em si a função de cortar algo, normalmente papel.
Aqui decidi usar o x-ato para cortar a terra, executando os mesmo movimentos que o corpo utiliza quando usa este objeto para cortar papel.
O resultado acaba por se assemelhar ao ato de lavrar a terra.
 





(3) Presença do corpo no espaço

Neste ultimo exercício que consistia em “explorar o redireccionamento de um ato conotado com os meios de desenho para qualquer espaço físico fora do papel”, pensei em desenhar no espaço a presença do meu corpo na sala de aula.
No estirador que usei na sala reparei que tinham la ficado as marcas da folha que usei no primeiro exercício. Estas marcas representam a presença do corpo da folha naquele espaço.
Sendo assim decidi representar por contornos as marcas que deixei naquele espaço enquanto trabalhava. Os contornos marcam o contacto que o meu corpo teve com aquele espaço, neste caso no estirador, na cadeira e no chão.                
 


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