Soprar
A transferência-de-uso presente neste
exercício pretende refletir sobre a ação de soprar e as implicações decorrentes deste processo. O ato de soprar
alude a uma ação do corpo humano que, na situação representada, reflete a forma
como este processo, associado a materiais de natureza diversa, permite a elaboração
de representações no espaço. Para a execução da tarefa foi utilizado um líquido
corado no interior de um copo, sobre o qual se colocou uma folha de papel. O ato
de soprar foi posto em evidência através da utilização de uma palhinha, que
intersetando o papel, possibilitou a passagem do ar expirado, promovendo no
copo movimentações da massa de água, resultando projeções das quais ficou um
registo gráfico no papel. O resultado obtido tenciona demonstrar a natureza aleatória
e excecional desta ação geradora de um resultado único.
Pentear | Alisar
Este exercício pretende criar uma analogia entre uma ação da
manutenção do corpo, como o ato de pentear e uma ação de manutenção do espaço,
como o alisar. A situação criada para pôr em evidência essa analogia foi a
recriação do processo de “pentear uma almofada”. Esta ação pretende retirar do
seu contexto comum o ato de pentear, surgindo na situação apresentada como um
meio de aplanar a superfície do suporte, representado pela almofada. A
comparação estabelecida ressalta as semelhanças entre estes gestos, denotando a
intenção de compor algo.
A seleção dos objetos utilizados tem implícita a intenção de estabelecer uma relação física com o cabelo, na medida em que o pente e a almofoda constituem dois elementos que estabelecem com ele um contacto direto.
A seleção dos objetos utilizados tem implícita a intenção de estabelecer uma relação física com o cabelo, na medida em que o pente e a almofoda constituem dois elementos que estabelecem com ele um contacto direto.
Contornar
A exploração das propriedades de um fio constituiu o mote
para a execução deste exercício, aliada à ideia da captura da temporalidade. A
figuração tem por base a reflexão sobre a passagem do tempo, que constitui um
elemento inerente à existência humana. A ideia de querer agarrar o tempo, parar
o tempo num determinado momento, é aqui retratada através de um ampulheta que,
durante o processo, é contornada por um fio. A representação da colocação da
ampulheta “dentro” desta área delimitada pretende aludir à ideia de conservação,
preservação do tempo.