1• FIRMAR
Escolhi para o primeiro exercício a ação “FIRMAR os óculos no rosto”.
Após me submeter a cirurgia de correção da miopia, notei como o meu gesto de firmar os óculos com o dedo indicador no rosto, é mais um ato metódico e mecânico diário, do que uma necessidade. Mesmo não usando mais os óculos, a ação não desapareceu com eles.
Eu continuei firmando uns óculos fantasmas caminhando na rua, esperando o elevador, desenhando...
Num primeiro momento, durante a transferência da ação para o papel de forma automática, percebi que as marcas que fazia com tinta guache preta no dedo, eram com o meio da primeira falange do dedo indicador. Porém, notei que quando penso no gesto antes de executa-lo, uso apenas a ponta do dedo indicador direito.
Após estas constatações, experimentei o mesmo movimento com a ponta e o meio da primeira falange, utilizando o grafite invés do guache. O que fez parecer, que o mesmo ato “travestido” de grafite, é mais suave.
Também fiz o movimento com guache sobre o papel, mas inves da mesa apoiei o papel exatamente onde faço o movimento no rosto. Modificando apenas que num primeiro momento estava realmente levantando os meus óculos e no outro estava sem.
2• Para o segundo exercício, explorei diferentes transferências entre ações de campos performativos distintos:
LIMPAR + DESENHAR
MEDITAR + DIRIGIR
URINAR + DANÇAR
3• APAGAR
No último exercício proposto, usei a ação apagar, em um contexto fora do papel. Utilizando um pequeno e fino galho, apaguei líquens do muro da FBAUP.
Diferente de quando uso uma borracha, o meu gesto com o galho era demasiadamente firme e rápido, porque a área de contato do galho com o muro era pequena.
Após a sequência dos gestos de apagar, ainda restaram marcas dos líquens, mas de forma sutil.
