16.10.16

Work shop I

Orlando Bernal Ramírez


Ação 1




 O ato de barbear, o barbeador descartável e o sabão.  O ato de desenhar, a tinta e o pincel.  A mão como a geradora das duas ações e o papel como o ponto de encontro. A procura do branco foi o objetivo nesta ação na que o sabão, como agente oleoso, protegia o papel da tinta preta que cobria toda a folha, mas que só superficialmente tapava a camada de sabonete  a qual era retirada  pela lâmina de barbear num ato de esfoliação. A toma decisões (que partes deixar e quais tirar) que no principio foi puramente compositivo, levou à ideia de limpeza, de regressar ao inicio, à folha branca como o ideal, como a pele limpa. O barbeador já não é suficiente, ao menos não seu uso , se precisa duma ação mais contundente da navalha e o resultado pretendido torna-se impossível. O papel estragado e as manchas ainda presentes



Ação 2






O ato de respirar e conter o ar nos pulmões, uma prova física, um gesto de acalmação, o feito prévio a ação.  A formação de uma figura de papel que é recomeçada desde cero cada vez que manter o ar fica impossível. A imagem que não começa da nada porque no papel as provas da ação previa ficam como marcas dos dobramentos. E ainda que em cada tentativa se esteja mais perto de chegar até o fim, em cada tentativa a sensação do fim percebe-se mais longe.

Nesta ação, a memoria do processo conhecido e repetitivo é transferida ao papel que trás cada tentativa fica com a pegada da ação previa, ação que é aumentativa pois cada vez há mais dobraduras que guiam o prosseguir. E ao mesmo tempo a lembrança do procedimento é esquecida devido a dificuldade de concentração e a desesperação que resulta da impossibilidade de respirar.