Este Seminário Trabalhava as ideias de intrusão/ordem/regulamento. Era então nos pedido que realizasse-mos duas intrusões uma de conceito livre e outra que tivesse obrigatoriamente a ver com o desenho. A minha abordagem sobre este trabalho surgiu de forma muito natural pois cada vez que pensava neste ideia imperativa de comandar os actos de alguém não o conseguia ver como algo rígido mas sim livre e dinâmico. Para responder a isto trabalhei a ideia de ordens paradoxais. Ordens essas que sugeriam um campo expandido de resposta depois de uma estranheza na sua leitura.
"Grita o mais Baixo Possivel"
Ao trabalhar com a minha colega Carolina consegui perceber melhor a dinâmica interpretativa das minhas instruções, Neste caso a resposta dela pareceu-me bastante invulgar e interessante
pois não reproduz a ideia num intenso campo conceptual que para mim era o esperado, mas representa-a fisicamente de forma pragmática.
O que fez foi simplesmente gritar o mais alto possível dentro de um recipiente cheio de agua, Este mais alto não era então ouvido e a ideia de "grito baixo" era então bastante bem conseguida.
Era também pedido na instrução que se deixa-se uma marca no local onde fosse ouvida, neste caso um autocolante que foi colado no fundo do recipiente.
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"Desenha de Trás para a Frente"
Esta instrução tal como a anterior parte da mesma ideia paradoxal de uma ordem irrealizável, Este jogo de palavras para mim parece bastante importante na maneira como comanda as pessoas, e como transmite um carácter metafórico a ambas as instruções.
Como também já referi trabalhar com a Carolina ajudou-me a perceber melhor essas dinâmicas, e neste caso também, de uma forma muito bem sucedida, Aproveitando um voo que tinha para os Açores na semana seguinte, a Carolina aproveitou essa ideia de viagem, de voltar atrás, ao inicio, e desenhou essa mesma experiencia.
Do Porto a Ponta Delgada: de Trás para a frente, no sentido espacial, mas de frente para trás, no sentido temporal.´
Número do bilhete: 23312501950635
De Ponda Delgada ao Porto, inversamente, de frente para trás, no sentido espacial mas de trás para a frente, no sentido temporal." Carolina
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O resultado apresenta-se em forma de um pequeno caderno que vai registando/desenhando os diferentes eventos da viagem de forma a representar fisicamente a ideia do "desenhos de trás para a frente".
