2.12.16

João Gomes Gago | Transferência-Imagem-Acto

           
    Instrução para a realização de uma acção:

Apropria-te do sonho, ideal, fetiche de alguém... (aceita o primeiro)
      
        Escrevi esta instrução e a sua execução foi realizada pelo João Oliveira.
A acção concretizada pôs em causa o imediatismo incerto da ideia de ideal ou fetiche, associando-se a um extremo de impossibilidade. Aqui refiro-me à obra de arte como um produto utópico.
O meu colega João Oliveira, dirigiu-se a uma área de destroços (zona da Faculdade onde são depositadas peças não-concretizadas de escultura) e “apropriou-se” de uma peça que se amontoava por entre inúmeros modelos de ilusões materializadas.
O sentido literal de “apropriação” em uso, a meu ver, procura indagar sobre a relação visceral que o homem tenta antecipar dos seus sonhos ou ficções. 






Instrução para a realização de um desenho:

A instrução que me foi destinada feita pelo meu colega João Oliveira, é apresentada na forma de uma passagem de um possível guião de BD. Aqui, a instrução é descrita apenas em termos visuais por um desenho, sem contexto textual.


No video que realizei, apareço como alguém que tenta executar um auto-retrato, tendo em conta a imagem-instrução que insere uma personagem que vê o seu reflexo. O aparecimento do gato no decorrer da filmagem, remonta novamente para o guião.
A acção que decorre e o cenário montado, procura teatralizar e propor uma diferente leitura de acontecimentos possíveis.
O que é gerado, tido como posterior ao conteúdo de uma imagem, suprime a estabilidade de um desenho.