Instrução para a realização de uma acção:
Apropria-te
do sonho, ideal, fetiche de alguém... (aceita o primeiro)
Escrevi esta instrução e a sua execução foi realizada pelo João Oliveira.
A acção concretizada pôs em causa o
imediatismo incerto da ideia de ideal ou
fetiche, associando-se a um extremo de impossibilidade. Aqui refiro-me à
obra de arte como um produto utópico.
O meu colega João Oliveira, dirigiu-se a uma área de
destroços (zona da Faculdade onde são depositadas peças não-concretizadas de
escultura) e “apropriou-se” de uma peça que se amontoava por entre inúmeros
modelos de ilusões materializadas.
O sentido literal de “apropriação” em
uso, a meu ver, procura indagar sobre a relação visceral que o homem tenta
antecipar dos seus sonhos ou ficções.
Instrução
para a realização de um desenho:
A instrução que me foi destinada feita pelo meu colega João Oliveira, é apresentada na forma de
uma passagem de um possível guião de BD. Aqui, a instrução é descrita apenas em
termos visuais por um desenho, sem contexto textual.
No video que realizei, apareço como alguém que tenta executar um auto-retrato, tendo em conta a imagem-instrução que insere uma personagem
que vê o seu reflexo. O aparecimento do gato no decorrer da filmagem, remonta
novamente para o guião.
A acção que decorre e o cenário montado, procura teatralizar e propor
uma diferente leitura de acontecimentos possíveis.
O que é gerado, tido como posterior ao conteúdo de uma imagem,
suprime a estabilidade de um desenho.