Transferência Imagem-acto
Seminário II
(1) Instrução para realização de um desenho ou vários após o seminário;
(2) Instrução para a realização de outra ação (que não um desenho), a ser executada no espaço da faculdade, durante o seminário.
Instruções - Cláudia Peralta
Execução - Samuel Ornelas
(1)
“Destrói o último desenho que fizeste e agora neste caderno de capa dourada, volta a refazê-lo todos os dias até o dia que te fartares dele e sentires a necessidade de o destruir.” (desenho)
Surgido da minha necessidade de desapego e a minha relação com o meu desenho, cultivo a vontade de o fazer e por vezes esta cresce com o Destruir para Criar.
Senti que este seria uma boa instrução para outro colega realizar. Na instrução dada era para ser realizada num pequeno caderno de papel vegetal com uma Capa Dourada.
Questionei o Samuel, se teria alguma relutância em destruir o seu último desenho, ele respondeu que não.
No fundo a minha expectativa era que ato em si da destruição provocasse uma catarse, uma libertação do velho desenho mas não completamente. A Existência de uma transformação da imagem, mas com a mesma emoção.
O Samuel voltou a entregar o caderno, e este é um objecto onde mais do que a destruição está presente a renovação. As suas paginas estão repletas de movimento e cor e “o desenho destruído” não continha.
(2)
“ Segue as instruções:
Verbo Pensar/questionar (ação)
Durante 30 min, vais escolher o sítio mais confortável que conheces, vais te sentar-te e pensar realmente se estás no sítio certo e por que razão estás aqui, enquanto estás a comer uma maçã verde. No fim devolve- me as sementes da maçã”
A minha intenção nesta ação era levar alguém a questionar um pouco as suas escolhas e de que modo, por vezes sentimos uma certa dúvida nestas. Talvez uns mais que outros mas no fundo quando somos levados por esta miscelânea de perguntas sobre a razão e o questionar de muitas atitudes, refugiamo-nos sempre no sítio que é mais confortável.
Qual o pretexto da Maçã verde? O ato de comer uma maçã levamos a descontrair e acalmar, levamos a esse tal sítio confortável, accionado por um comportamento tão banal como comer.
Em relação a expectativa para esta instrução era no mínimo criar um sentimento de conforto e reflexão.
O que no fundo o que aconteceu foi uma ligação entre a instrução dada pelo Samuel e a minha instrução.
- (2) “ A ti
Estrangeiro, se ao passar me encontrares e desejares falar-me, por que não havias de o fazer?
E por que não devia eu falar-te? “
(folhas de erva, walt Whitman)
Que teve como resultado este Dois Vídeos.