INSTRUÇÃO I
"Procura uma árvore e volta a vesti-la com as suas ou outras folhas, cosendo-as ao seu tronco"
A idea para esta instrução veio dos vários actos repetitivos do meu dia-a-dia que por fezes parecem inúteis, inclusive o de cozer botões que quase insistem em cair do mesmo casaco. Questionando-me o porque de "ir contra a natureza do casaco" enquanto lhe voltava a colocar os botões e mais valia comprar um novo, senti-me a tentar coser folhas a uma árvore que acabou de as deixar cair. Aí surgiu a minha solução para este trabalho.
Ir contra a natureza de uma árvore cujas folhas são supostas de cair para nascerem novas e coser-lhe as suas folhas ou outras, sendo uma gesto de inutilidade e de tentar intervir sobre a árvore em si e como esta é suposto ser.
A instrução foi seguida de uma forma ligeiramente diferente, usando os ramos da árvore escolhida e folhas variadas para a alterar, pensando mais de onde estas caem e recolocando-as/substituindo-as. Usou-se a agulha e linha providenciadas juntamente com a instrução dada.
INSTRUÇÃO II
"Escolhe um objecto e desenha-o todos os dias usando o mesmo suporte e esta caneta."
Pensando outra vez na ideia de acto que se repete, mas desta vez com a ideia do desenho como um conjunto de gestos muitas vezes repetitivos e ligados à memória muscular e gestual quase que inconscientes. Também tendo em mente as possibilidades no mesmo objecto seleccionado desenhado várias vezes pela mesma pessoa mas nunca igual e o conceito dos estudos para a realização de um trabalho final "mais perfeito".
Desta vez a instrução foi seguida de uma forma não esperada mas interessante, sendo que foram realizados vários desenhos como que " uma espécie de jogo. Um desenho sem olhar para o papel. Um com a mão esquerda. Outro sem levantar o lápis. Um por decalque." Sendo assim foi a acção mais levada pela ideia de exercício.
