Erário de Memórias
Trabalho Final
É difícil
falar sobre este trabalho como é difícil falar sobre uma memória nossa. Algo íntimo
bom ou mau que faz parte de nós e por algum motivo nós não esquecemos.
Erário
de memórias é um tesouro feito de linho que guarda as memórias de um público.
Além do que lá guarda ser tudo menos público. Entre conversas e relações
formadas com o público, o desenho nasce como ato de presença e documentação
feito a partir da transferência de um gesto de carinho. Este erário é um
arquivo que pode não ter qualquer valor monetário mas é rico para quem faz
parte dele.
Os
desenhos, os objectos e as fotografias que o compõem são o que ficou de algo que
é difícil de falar mas bonito de se fazer. Uma troca de tesouros, uma troca de
carinhos, um momento íntimo. O material utilizado na documentação são
relacionados com o têxtil que nos remete a temporalidade desta ação. O tempo da
memória, o tempo que ela é recordada o tempo do momento. O crochet materializa
o tempo enquanto a lã materializa a fragilidade do público.
Erário de memórias é feito a partir de partilha, uma pessoa que fala e outra que ouve enquanto faz crochet. Posteriormente existe uma troca, a memória é transformada em tesouro. É materializada a partir do bordado e da feltragem da lã que lentamente dá corpo a algo indizível e ilegível. Este trabalho é uma tentativa de libertação dos intervenientes de se confrontarem com as suas memórias mais difíceis tornando-as em algo precioso.![]() |
Fig. 1 Documentação do Espaço em que foi realizada a ação |
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Fig.2 Objetos usados durante o ato performativo![]() Fig.3 Relatos e Desenhos realizados durante a ação (Resultado da Performance) |