22.6.19

Trabalho Final - Catarina Casais


Erário de Memórias
Trabalho Final

                É difícil falar sobre este trabalho como é difícil falar sobre uma memória nossa. Algo íntimo bom ou mau que faz parte de nós e por algum motivo nós não esquecemos.
                Erário de memórias é um tesouro feito de linho que guarda as memórias de um público. Além do que lá guarda ser tudo menos público. Entre conversas e relações formadas com o público, o desenho nasce como ato de presença e documentação feito a partir da transferência de um gesto de carinho. Este erário é um arquivo que pode não ter qualquer valor monetário mas é rico para quem faz parte dele.
                Os desenhos, os objectos e as fotografias que o compõem são o que ficou de algo que é difícil de falar mas bonito de se fazer. Uma troca de tesouros, uma troca de carinhos, um momento íntimo. O material utilizado na documentação são relacionados com o têxtil que nos remete a temporalidade desta ação. O tempo da memória, o tempo que ela é recordada o tempo do momento. O crochet materializa o tempo enquanto a lã materializa a fragilidade do público.
                Erário de memórias é feito a partir de partilha, uma pessoa que fala e outra que ouve enquanto faz crochet. Posteriormente existe uma troca, a memória é transformada em tesouro. É materializada a partir do bordado e da feltragem da lã que lentamente dá corpo a algo indizível e ilegível. Este trabalho é uma tentativa de libertação dos intervenientes de se confrontarem com as suas memórias mais difíceis tornando-as em algo precioso.
Fig. 1 Documentação do Espaço em que foi realizada a ação

Fig.2 Objetos usados durante o ato performativo





Fig.3 Relatos e Desenhos realizados durante a ação (Resultado da Performance)