26.6.19

Trabalho Final | Felipe Rocio



PRESENÇA.
EM AMARELO.

Como de costume, tiro meus sapatos antes de entrar em casa.
Abaixo, alongo e desamarro meus calçados.
Revelam-me as meias. Amarelas. Suadas do longo dia.
Na entrada, um tapete. Amarelo. Macio. Feito em crochê, feito por mim. Um conforto para os pés.
Em um gesto de ciscar o chão, limpo os pés.
Passo pelos porta de fios. Amarelos.
Entro no cômodo, naquele cômodo que já conheço.
Tudo está tão amarelo. Tudo é tão amarelo.
O candeeiro envolto em fio. Amarelo. Acendo a luz. Amarela.
Vejo pela janela o que acontece lá fora. A vida passa. Imagino.
A Planta já sem vida, mostra-se pálida. Quando foi a última vez que a reguei?
A pedra continua ali. Tudo continua ali. O pano. Amarelo. Também.
Ando, ocupo, interajo e deixo a casa.
E o que deixo é apenas a presença de um corpo que ali esteve.