31.3.20

O "EU" - performance [vídeo e frames - imagem]




Por base numa ideia aleatória, apenas com o histórico de precedentes passados, e imediatamente documentada, o alvo (corpo) atingiu os objetivos (autorrepresentou-se).


Uma cor = Um significado definidor do “eu”. 

Na performance, a prevenção em arriscar algo distinto e oposto ao meu “eu”, mesmo que leve e pacifico (branco), é facilmente identificável pelo ato de deglutir, exteriormente visível na traqueia após encarar a primeira camada (primeiro impacto). Fator que me é constantemente assistido, ânsia por antecipação. Este estado de nervosismo é facilmente distanciado depois de vivenciar a primeira etapa de um desafio, sendo que a primeira é sempre a mais impactante e duradora, como é a aplicação do branco. O próprio encolher e relaxar de ombros declara esse processo.



Montagem_Frames de Cor


Numa segunda fase, logo depois de abertos os olhos ao mundo e encarar a realidade vivida (que não passou de um preconceito ultrapassado), é hora de os voltar a fechar e viver de novo. Este ‘abrir e fechar de olhos’ teme como quem faz por refazer algo de forma semelhante, com o intuito de obter iguais resultados. Numa escala de cor, onde o quente simboliza o ingénuo e primário e o frio a leveza e clareza com que, após experienciado, vivo o problema, é afluente uma maior rapidez na resolução de conflitos interpessoais, sendo que na aplicação mais perigosa (vermelho) é onde ocorre o virar e o consciencializar da página.Mesmo que monótona, essa evolução até à última (roxo) é expressamente demonstrada por todos os campus do rosto, através de um leve relaxamento, derivado da alegria e da vitória, que mesmo individuais, atuam em conjunto, como partes de um todo.




               Vivo em retroceder ao passado, milímetro a milímetro, a fim de reexplorar a experiência, fatores assinalados tanto na música como no ato, neste caso invertidos de forma digitalmente editada. Esta edição faz, do mesmo modo, parte deste processo retórico. Eu, ao alcançar um desejo, origino sempre um outro, colocando o anterior num meio já passado, podendo ser apenas relembrado. O ‘fruto proibido’ que, após colhido, jamais será apetecido.
               Este ‘romper’ com a causalidade direciona-me, também, com a normalidade com que se pinta um retrato, por entre tela, moldura e tinta, elabora-se um autorretrato, quando feito pelo próprio. Porém, neste caso, esse fator é excedido quando posicionei as mãos como pinceis, o corpo como tela e o enquadramento (frisos de fundo) como a moldura/ambiente onde decorre a ação.