O "EU" - performance [vídeo e frames - imagem]
Por
base numa ideia aleatória, apenas com o histórico de precedentes passados, e
imediatamente documentada, o alvo (corpo) atingiu os objetivos
(autorrepresentou-se).
Uma cor = Um significado definidor do “eu”.
Na performance, a prevenção em arriscar algo distinto
e oposto ao meu “eu”, mesmo que leve e pacifico (branco), é facilmente
identificável pelo ato de deglutir, exteriormente visível na traqueia após
encarar a primeira camada (primeiro impacto). Fator que me é constantemente assistido,
ânsia por antecipação. Este estado de nervosismo é facilmente distanciado depois
de vivenciar a primeira etapa de um desafio, sendo que a primeira é sempre a mais
impactante e duradora, como é a aplicação do branco. O próprio encolher e
relaxar de ombros declara esse processo.
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Montagem_Frames de Cor |
Numa
segunda fase, logo depois de abertos os olhos ao mundo e encarar a realidade
vivida (que não passou de um preconceito ultrapassado), é hora de os voltar a
fechar e viver de novo. Este ‘abrir e fechar de olhos’ teme como quem faz por refazer
algo de forma semelhante, com o intuito de obter iguais resultados. Numa escala
de cor, onde o quente simboliza o ingénuo e primário e o frio a leveza e
clareza com que, após experienciado, vivo o problema, é afluente uma maior
rapidez na resolução de conflitos interpessoais, sendo que na aplicação mais
perigosa (vermelho) é onde ocorre o virar e o consciencializar da página.Mesmo
que monótona, essa evolução até à última (roxo) é expressamente demonstrada por
todos os campus do rosto, através de um leve relaxamento, derivado da alegria
e da vitória, que mesmo individuais, atuam em conjunto, como partes de um todo.
Vivo em
retroceder ao passado, milímetro a milímetro, a fim de reexplorar a experiência,
fatores assinalados tanto na música como no ato, neste caso invertidos de forma
digitalmente editada. Esta edição faz, do mesmo modo, parte deste processo
retórico. Eu, ao alcançar um desejo, origino sempre um outro, colocando o
anterior num meio já passado, podendo ser apenas relembrado. O ‘fruto proibido’
que, após colhido, jamais será apetecido.
Este ‘romper’
com a causalidade direciona-me, também, com a normalidade com que se pinta um
retrato, por entre tela, moldura e tinta, elabora-se um autorretrato, quando
feito pelo próprio. Porém, neste caso, esse fator é excedido quando posicionei
as mãos como pinceis, o corpo como tela e o enquadramento (frisos de fundo)
como a moldura/ambiente onde decorre a ação.