1º Transferência-de-uso de uma ação para os suportes e
processos de desenho
A partir do verbo/ação “mastigar”
foram exercidas transferências de ampliação do qual o corpo interage com o
papel, imaginando-se ele mesmo dentro da própria boca. São exploradas formas e
movimentos associados ao ato, utilizando de forma correspondente e
simultaneamente as duas mãos sobre o meio abrasivo. Estas relacionam-se através
dos gestos circulares e elevatórios, remetentes do abrir e fechar, da inserção da
ideia de simetria, dando a esquerda, a direita, o cima e o baixo, associados ao
espaço físico e por fim através do movimento consequente, como é o engolir. Assim
pensando os atos de espelho do próprio corpo, o gesto surge como tradutor do
ato que repensa a mancha e o contorno como extensão do corpo.
2º Transferência entre duas ações
de campos performativos distintos
Através da utilização das ações de
“subir a escada” e de “agitar” manifesta-se numa folha recalcada uma fusão dos
dois atos descritos por um desenho imprevisível e frenético. A performatividade
do gesto propõe assim um impacto que forme momentos de pausa e de colisão
inequívoca. O embate no papel mostra como as pressões de riscos aleatórios nas
ocorrências de intervalos intercalados pelas pausas formam o mesmo ritmo e
clico do corpo quando passa de degrau para degrau, que seguido do seu agitar expressa
o sacudir do que fora calcado.
3º Redireccionamento de um ato
conotado com os meios desenho para um espaço físico
Procurando desconstruir o espaço
físico foi colocado o pó de mármore sobre o chão de canto de uma sala. O papel
do canto torna-se relevante para o próprio gesto de acumulação da matéria, uma
vez que o pó expõe um levantamento do contorno do próprio canto,
desconstruindo-o para o bidimensional. Sendo ainda possível ver o resultado
final no varrer desse mesmo canto.