9.3.20

TRANSFERÊNCIA-DE-USO


1º Transferência-de-uso de uma ação para os suportes e processos de desenho

A partir do verbo/ação “mastigar” foram exercidas transferências de ampliação do qual o corpo interage com o papel, imaginando-se ele mesmo dentro da própria boca. São exploradas formas e movimentos associados ao ato, utilizando de forma correspondente e simultaneamente as duas mãos sobre o meio abrasivo. Estas relacionam-se através dos gestos circulares e elevatórios, remetentes do abrir e fechar, da inserção da ideia de simetria, dando a esquerda, a direita, o cima e o baixo, associados ao espaço físico e por fim através do movimento consequente, como é o engolir. Assim pensando os atos de espelho do próprio corpo, o gesto surge como tradutor do ato que repensa a mancha e o contorno como extensão do corpo.






































2º Transferência entre duas ações de campos performativos distintos

Através da utilização das ações de “subir a escada” e de “agitar” manifesta-se numa folha recalcada uma fusão dos dois atos descritos por um desenho imprevisível e frenético. A performatividade do gesto propõe assim um impacto que forme momentos de pausa e de colisão inequívoca. O embate no papel mostra como as pressões de riscos aleatórios nas ocorrências de intervalos intercalados pelas pausas formam o mesmo ritmo e clico do corpo quando passa de degrau para degrau, que seguido do seu agitar expressa o sacudir do que fora calcado.

















































3º Redireccionamento de um ato conotado com os meios desenho para um espaço físico

Procurando desconstruir o espaço físico foi colocado o pó de mármore sobre o chão de canto de uma sala. O papel do canto torna-se relevante para o próprio gesto de acumulação da matéria, uma vez que o pó expõe um levantamento do contorno do próprio canto, desconstruindo-o para o bidimensional. Sendo ainda possível ver o resultado final no varrer desse mesmo canto.