30.4.20


Desenho, instrução e performance: Ana Sofia Ribeiro em reposta a Carolina Gomes

I Ação



Foi-me proposto percorrer todas as divisões da minha casa, enquanto segurava uma vela acesa. Deveria também simultaneamente prestar atenção ao ritmo e ao tempo do circuito, sem deixar que a vela se apagasse. No decorrer da ação percebi que teria de controlar o movimento do corpo assim como o meu ritmo, para que este não provocasse correntes de ar entre o espaço e o próprio corpo. Da mesma maneira reparei que enquanto subia e descia escadas a minha respiração inconscientemente tornou-se também bastante fiscalizada e o olhar permaneceu fixado na chama, talvez por medo de que se apagasse ou de que ocorresse algum acidente. O tempo total foi de 3:14.24. e permitiu-me revisitar memórias de noites em que a tempestade fazia faltar a luz.


II Desenho



Também no segundo exercício o uso da vela foi recorrente como formador de processos de desenho. Assim através da aproximação do papel da chama formaram-se manchas escuras, no qual tentava movimentar horizontalmente para que este se assemelhasse à área do meu país, como pedido.  No decorrer do desenho na expectativa de que o papel ardesse mais facilmente procedi com cautela. Porém percebi rapidamente que o papel não ardia, levando-me até a encostá-lo demasiado à própria vela, fazendo com que esta se apagasse e manchasse-o com cera. Após ter terminado passei o dedo sobre o desenho criado onde reparei numa marca deixada pelo próprio dedo, ficando este coberto de pó preto