30.4.20

"PROVOCANDO-ME/TE"


=Troca de instruções realizadas entre o mim e o professor da U.C. – Paulo Luís Almeida (realização de uma ação e de um desenho [ou série de desenhos])=


Instruções recebidas e posterior realização:

(I)               Instrução para realização de um desenho, ou uma série de desenhos:



_"Objetos ao vento" fez-me questionar sobre o meio que me envolve, bem como a veracidade do objeto, principalmente no que toca à sua presença representada. A deambulação da procura foi intercalada por todas as janelas de casa. A vista que estas me permitiam e a dinâmica que estas passariam quando abertas (o vento). No deambular da procura, o estendal de roupa do vizinho suscitou-me uma interessante curiosidade.

_A roupa seca com o bater do vento. O vento embate no tecido, movendo-o. A vestimenta estendida encaixa em fios de aço. Os fios de aço compõem uma estrutura que permite estender tramas molhados. A estrutura só concretiza a sua função se a roupa for estendida. Esta é apenas estendida se o sol bater e o vento passar. Ambas dependem do vento e se unificam num só objeto.
Do objeto se faz o desenho, no entanto, do desenho se faz o objeto, isto é, a representação do mesmo em papel representa o seu significado e salienta a sua presença.


Caneta e tinta acrílica sobre papel


Caneta e colagens de papéis vários sobre papel reciclado

Marcador, pastéis de óleo e recortes de jornal sobre plástico

          _Os papéis tornaram-se o objeto representativo do objeto representado. Três dias    (28;29;30), três horas (19h54;15h38;14h43), três objetos = uma bandeira.

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(II)               Instrução para realização de uma ação:


Afirmar com uma toalha…como afirmar com uma toalha? Como fazê-lo num lugar alto do meu espaço de confinamento? Descrever uma afirmação que permanece uma incógnita e deixá-la marcar a minha posição, como?

Destas questões me instigaram o processo de manobrar a esta instrução. A provocação de um espaço subentendido fez-me transferir o meu espaço (área restrita) para um sub-espaço (aquele que me envolve). Procurei, então, levar comigo apenas uma toalha e uma câmara…e dirigi-me à colina que me cansou (fisicamente) e que me ajudou (psicologicamente).

Nela eu representei a minha pequena área e afirmei, com a toalha e com o corpo, aquele que é o meu reduzido espaço de confinamento (a casa). Num vasto areal (duna) sobressai: o entrar, de animo baixo, neste processo de confinamento; o permanecer, de animo inquieto (entre quatro paredes), neste processo de prevenção perante a pandemia; e prevê-se o sair, de animo excitante, deste meio.

A bandeira, simbolizada por uma toalha, enfatiza o estado de espírito do corpo no espaço desenhado (pegadas). Esse mesmo espaço, o de confinamento, ficará marcado pelas suas diversas razões…e eu marquei-o com o posicionamento da minha afirmação no papel, deixando-o permanecer no local. As marcas aqui definidas desaparecerão com o passar do tempo, assim como irá desvanecer as nossas memórias desta época de contraste.

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