=Troca de instruções realizadas entre o mim e o professor da
U.C. – Paulo Luís Almeida (realização de uma ação e de um desenho [ou série de
desenhos])=
Instruções recebidas e posterior realização:
(I)
Instrução para realização de um desenho, ou uma
série de desenhos:
_"Objetos ao vento" fez-me questionar
sobre o meio que me envolve, bem como a veracidade do objeto, principalmente no
que toca à sua presença representada. A deambulação da procura foi intercalada
por todas as janelas de casa. A vista que estas me permitiam e a dinâmica que
estas passariam quando abertas (o vento). No deambular da procura, o estendal de roupa do vizinho suscitou-me uma
interessante curiosidade.
_A
roupa seca com o bater do vento. O vento embate no tecido, movendo-o. A
vestimenta estendida encaixa em fios de aço. Os fios de aço compõem uma
estrutura que permite estender tramas molhados. A estrutura só concretiza a sua
função se a roupa for estendida. Esta é apenas estendida se o sol bater e o
vento passar. Ambas dependem do vento e se unificam num só objeto.
Do
objeto se faz o desenho, no entanto, do desenho se faz o objeto, isto é, a representação
do mesmo em papel representa o seu significado e salienta a sua presença.
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Caneta e tinta acrílica sobre papel |
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Caneta e colagens de papéis vários sobre papel reciclado |
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Marcador, pastéis de óleo e recortes de jornal sobre plástico |
_Os papéis tornaram-se o objeto representativo do objeto representado. Três dias (28;29;30), três horas (19h54;15h38;14h43), três objetos = uma bandeira.
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(II)
Instrução para realização de uma ação:
Afirmar com uma toalha…como afirmar com uma toalha? Como fazê-lo num
lugar alto do meu espaço de confinamento? Descrever uma afirmação que permanece
uma incógnita e deixá-la marcar a minha posição, como?
Destas questões me instigaram o processo de manobrar a esta instrução. A
provocação de um espaço subentendido fez-me transferir o meu espaço (área
restrita) para um sub-espaço (aquele que me envolve). Procurei, então, levar comigo
apenas uma toalha e uma câmara…e dirigi-me à colina que me cansou (fisicamente)
e que me ajudou (psicologicamente).
Nela eu representei a minha pequena área e afirmei, com a toalha e com o
corpo, aquele que é o meu reduzido espaço de confinamento (a casa). Num vasto
areal (duna) sobressai: o entrar, de animo baixo, neste processo de
confinamento; o permanecer, de animo inquieto (entre quatro paredes), neste
processo de prevenção perante a pandemia; e prevê-se o sair, de animo
excitante, deste meio.
A
bandeira, simbolizada por uma toalha, enfatiza o estado de espírito do corpo no
espaço desenhado (pegadas). Esse mesmo espaço, o de confinamento, ficará
marcado pelas suas diversas razões…e eu marquei-o com o posicionamento da minha
afirmação no papel, deixando-o permanecer no local. As marcas aqui definidas
desaparecerão com o passar do tempo, assim como irá desvanecer as nossas
memórias desta época de contraste.
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