19.5.20

Performance, Documento e Desenho

Entender o processo de documentação e registro como uma materialização da memória corresponde à ideia do exercício realizado neste workshop. O exercício toma como grau zero o ato de ter um café em família. 
Este ato vem de uma memória individual extraída de uma memória coletiva num sentido familiar, ou seja, o mesmo ato, antes rotineiro, agora só existe em memória. O lugar no passado onde ocorria a ação é registrado no desenho em planta baixa. Numa maneira de se apropriar desta memória para se executar a mesma ação no presente, o espaço escolhida é uma mesa de refeições da residência estudantil em que vivo, observado na segunda planta baixa.






Conforme dito, a ação correspondia a uma memória familiar, portanto, era preciso de quatro pessoas para performar o ritual rotineiro. Entretanto, sozinho no presente, o vazio que acompanha a memória é o próprio ato desviante da ação "ter um café em família"

A ação corresponde a uma mesa preparada para 4 pessoas, mas somente o autor está a performar o mesmo ritual. Confronta-se a o passado (a presença) com o presente (a ausência).







O que me fez pensar na documentação disto é o sentido contrário entre ação e memória. A memória aqui é usada para executar uma ação, na qual a última acaba sendo documentada e não ao contrário.