"Célebres redutores de cabeças, os índios Jívaros praticam esta arte; mas, em número de algumas dezenas de milhares, habitam ainda os confins do Equador e do Perú, nas costas orientais dos Andes e na sua base.
Os Jívaros contam num dos seus mitos que o sol e a lua,
então humanos, viviam antigamente na terra; tinham a mesma casa e a mesma
mulher. Esta chamava-se Aôho, quer dizer Noitibó, e gostava que o sol quente a
abraçasse, mas receava o contacto com a lua, cujo o corpo era muito frio. Sol
resolveu fazer ironia com esta diferença. Lua sentiu-se vexada e subiu ao céu trepando
por um cipó; ao mesmo tempo, soprou o sol e eclipsou-o. Com os dois maridos ausentes,
Aôho julgou-se abandonada. Decidiu procurar lua no céu, levou um cesto cheio de
argila de que se servem as mulheres para fazer a loiça do barro. Lua
apercebeu-se, e para se livrar dela definitivamente, cortou o cipó que unia os
dois mundos. A mulher caiu com o cesto, a argila espalhou-se na terra onde
agora é apanhada aqui ou acolá. Aôho transformou-se no pássaro desse nome.
Ouve-se em cada lua nova ela fazer o seu grito queixoso e implorar pelo marido
que a abandonou.”
Assim começa o primeiro capitulo de A Oleira Ciumenta pelo antropólogo Claude Lévi-Strauss.A partir deste mito criei as minhas reflexões sobre um corpo de mulher e as acções que a levam a transformar-se em pássaro. Primeiro ilustrei o mito através de um desenho onde explorei a relação da personagem Aôho e a Lua no equilibrio sobre uma slack line e o malabarismo com ossos humanos da cor do barro. Este desenho passou então a ser um importante enunciado.
Cruzando a parte do livro de Lévi-Strauss que foca o Noitibó com dois textos: Hyperdrawing de Phil Sawdon e Russel Marshall e, A Ontologia da Performance de Peggy Phelan. Através de um tempo kairotic que associo à transformação e todos os acontecimentos do mito como o eclipse, são parte da retórica de um corpo metonimico.
No vídeo como resgisto do corpo, operam os modos retóricos em tropos que se interpenetram na representação e condensação dos verbos: abraçar, trepar e cair.
Link para o vídeo:
https://vimeo.com/433917748
Abraçar - quando abraço a chaminé sobre uma luz calorosa do dia que representa no mito, o abraçar o sol. O segundo verbo – trepar sobre a condição de dois objectivos: passar uma corda em volta dos troncos e origina uma pequena dança e, a segunda tem o objectivo de chegar ao ramo que vou sentar-me para fazer o malabarismo. O terceiro verbo – cair que é a queda das bolas e também a queda do cesto de argila. Esta queda dá origem a um quarto verbo – transformar que é representado por cada vez que uma bola cai. A argila funde-se com a terra: um circulo sépia que a semelhança com terra e Terra e ganha forma na bidimensionalidade do desenho quando a àgua informe, dá lugar às necessidades de moldagem do barro: àgua para trabalhar forma.
Foco-me no verbo trepar e como já tinha referido divide-se em duas acções introspectivas que originam na transformação em pássaro. A composição final em vídeo não representa todo o quadro de um corpo que se move sobre os troncos para tecer a corda, mas há um vídeo mais pequeno sem edição. Nas versões do mito que variam, uma das variações é o género destas personagens, num dos mitos sol e lua são marido e mulher e noutros vice-versa.
Link para o vídeo:
https://vimeo.com/434419610
No vídeo como resgisto do corpo, operam os modos retóricos em tropos que se interpenetram na representação e condensação dos verbos: abraçar, trepar e cair.
Link para o vídeo:
https://vimeo.com/433917748
Abraçar - quando abraço a chaminé sobre uma luz calorosa do dia que representa no mito, o abraçar o sol. O segundo verbo – trepar sobre a condição de dois objectivos: passar uma corda em volta dos troncos e origina uma pequena dança e, a segunda tem o objectivo de chegar ao ramo que vou sentar-me para fazer o malabarismo. O terceiro verbo – cair que é a queda das bolas e também a queda do cesto de argila. Esta queda dá origem a um quarto verbo – transformar que é representado por cada vez que uma bola cai. A argila funde-se com a terra: um circulo sépia que a semelhança com terra e Terra e ganha forma na bidimensionalidade do desenho quando a àgua informe, dá lugar às necessidades de moldagem do barro: àgua para trabalhar forma.
Foco-me no verbo trepar e como já tinha referido divide-se em duas acções introspectivas que originam na transformação em pássaro. A composição final em vídeo não representa todo o quadro de um corpo que se move sobre os troncos para tecer a corda, mas há um vídeo mais pequeno sem edição. Nas versões do mito que variam, uma das variações é o género destas personagens, num dos mitos sol e lua são marido e mulher e noutros vice-versa.
Link para o vídeo:
https://vimeo.com/434419610