23.3.21

Maria-Inês-Graça_RETÓRICA-DO-ATO-PERFORMATIVO

 Ensaio Visual - Retórica do Ato Performativo

Nesta proposta de ensaio visual, no contexto do tópico da Retórica do Ato Performativo, decidi fazer 4 exercícios, que envolvem diferentes meios e diferentes experimentações de simbologias às quais podem ser associados e ligados.
Nesta primeira tentativa, surgem fotografias captadas com uma lente macro para o telemóvel. No sentido da autorrepresentação estas surgem aqui devido à minha obsessão por olhos, pelo seu formato e pela sua simbologia. Aqui exibe-se um olho maquilhado. Porém, este olho maquilhado é desmaquilhado pelo movimento das mãos e dos dedos sobre o mesmo, que o massacram, o puxam, o esborratam e fazem a maquilhagem desfazer-se. Em vez de a maquilhagem ser apagada, ser limpa e desaparecer, como aconteceria com o uso de toalhitas desmaquilhantes, neste caso esta é desfeita, massacrada e destruída.




Nesta segunda tentativa de criar a tal situação de autorrepresentação dentro do campo da Retórica do Ato Performativo, surge este desenho de autorretrato. Eu mesma considero-me um caos, mas um caos organizado e até equilibrado. Representei diferentes elementos que identificam os meus gostos, os meus traços de personalidade e alguns que exageram os meus traços físicos, todos organizados de forma caótica, mas ao mesmo tempo de forma harmoniosa. Trata-se de um autorretrato do meu interior e do meu exterior, mas subvertido e desviado do que seria o seu resultado mais objetivo e realístico.






Já na terceira tentativa surgem fotografias captadas com uma lente macro para o telemóvel e que exibem partes do meu rosto aumentadas e exageradas. Enquadra-se no termo da autorrepresentação devido ao meu gosto pelo que é visceral, bizarro e exacerbado, que causa nojo e até repulsa. A cada uma destas imagens surge uma palavra a si associada que, na realidade, não corresponde ao que a fotografia nos mostra. Assim pretendia criar ainda mais repulsa, algo que chocasse pela sua incongruência e por se associar imagens viscerais e bizarras a termos que, apoiados nelas, causam impressão.



Por fim, na última e quarta tentativa surgem duas fotografias analógicas por mim captadas, em que surgem situações fora do normal, com as quais habitualmente não me cruzaria. Tendo este fascínio pelo bizarro, a primeira fotografia mostra-nos um carro cujo interior está repleto de plantas, em vez de conter mecanismos, algo que me intrigou e que está distante do dito "normal". Na segunda conseguimos ver uma cadeira normal, de sala de jantar, perdida no exterior, no meio do nada e com um colete de uma empresa pendurado nela, dando quase a ideia de que alguém havia chegado a casa após um dia de trabalho, algo que é bizarro dada a localização da cadeira.