Transferência ato imagem - Performance, Desenho e Documentação
Para o workshop 4 parti de um hábito cotidiano de ir ao supermercado. O ambiente de compras é então transformado em um novo espaço de ação, a partir do momento em que me aproprio dele com um outro objetivo. Me coloco a reorganizá-lo de uma outra forma, subvertendo a lógica tão própria do lugar, desautomatizando as relações espaciais que ali existem.
As fotografias surgem como uma tentativa de segurar no tempo as marcas que deixei. O mercado é um espaço controlado e a organização é mantida com rigor e frequencia pelos funcionários que ali trabalham. Assim foi uma vontade de manter viva a desorganização proposta. Por outro lado, no momento final da “ performance” – após uma hora – muitas ações já haviam sido desfeitas, e essa desaparição surge como parte da intervenção, deixando evidente a lógica de controle tão presente nas formas de uso desse espaço.
Em um segundo momento me coloco a radicalizar essa desorganização a partir do desenho, ele em si como um acontecimento. Pensando que o campo do desenho é amplo e infinito para propor qualquer forma de intervenção, acentuo essa vontade de desautomatizar o lugar em questão. Reinverto a estrutura, a própria mercadoria agora aparece com uma outra função. Uma vontade de repensar essas lógicas da maneira que estão.
O desenho surge como um suplemento de uma performance possível, tornando real uma vontade de ação. Pensando então que o espaço é definido pelo que acontece nele, e no desenho como acontecimento, recrio esse espaço de compras, tencionando a lógica do consumo e da industrialização.