1.7.21

Trabalho final de Desenho e Performatividade

Trabalho final de Desenho e Performatividade, modalidade 1a) - Desenho como protocolo e instrução; O desenho como ato de presença.



   Aliando o trabalho desenvolvido em Estúdio de Pintura à UC de Desenho e Performatividade, optei por analisar alguns dos meus trabalhos e procedimentos à luz de temas abordados na UC. Para tal, tenciono problematizar algumas questões, entre as quais:

 

  - De que modo interfere a documentação da performance na sua legitimidade enquanto tal (se é que interfere de todo)?

 - Se a documentação da performance for planeada e encenada deixa de ser performance?

 

 Planeio abordar uma série de performances de instrução realizadas por mim, cuja série que as compõe se denomina Projeto Essencial, enquadrado-o no tema da performance/desenho de instrução. Falar do desenho/vídeo enquanto registo, documentação.

 



 

  Poderei dar exemplo dos Diários Terrenos, em que a componente performativa reside no facto de os desenhos serem registos de momentos, transportadores de memórias. Isto porque as plantas recolhidas marcam momentos e locais (pontos espacio-temporais) de uma história pessoal, individual. Numa abordagem posterior, o próprio registo e matéria com que é feito (plantas, argila, farinha, pigmento de pedra e folhas com mais de 100 anos) oferece um carácter universal ao registo (a ligação do terreno com o celestial, do humano com a natureza, do individual com o coletivo/universal). No entanto o momento do registo não comporta a “presença” requerida pela definição do que é o performativo (segundo alguns autores, como Peggy Phelan), sendo apenas um registo posterior, baseado na recolha de objetos, na recordação e numa intenção premeditada de associar o que está a ser documentado com “o universal”, e não um registo de um momento, do corpo enquanto metonímia.


 



 

 Poderei também falar das Dissoluções por Desapego. Esta série de trabalho exemplifica de modo mais claro aquilo que se pode considerar desenho performativo, sendo o desenho um resultado direto de um processo, verificando-se aqui a questão do corpo enquanto metonímia.