1. Transferência - de - uso de uma acção para os suportes e processos do desenho
A partir de uma acção (pintar) e de a reproduzir por meios do desenho, permitiu-me ampliar a sua noção de desenho. A linguagem que resultou desses mecanismos, teve como preocupação o desenho enquanto consequência, e não como causa. Acrescento ainda, depois desta experiência, sinto que activei mecanismos de acção que estão para além do seu modo convencional, "obrigando-me" a repensar o meu processo criativo e a construir uma nova relação com a obra pictórica.
2. Transferência entre duas acções de campos performativos distintos
A utilização de um objecto cortante para fins não comuns, como pentear e esfregar, resultou num acto fora do senso comum. As sensações que tive foram de estranheza, na minha mente tinha presente a ideia de actos como pentear e esfregar, que remetem ao prazer, e o facto de estar a usar uma tesoura (a mediação) fazia-me sentir dor. As sensações de dor ou prazer estão relacionadas com o objecto mediador, esfregar e pentear podem, também, tornar-se algo muito violento.
3. Redireccionamento de um acto associado aos meios do desenho
Esta sequência de imagens teve como ponto de partida a minha noção da definição de desenho, a análise sobre o motivo observado. Quando nos referimos ao desenho, temos presente que ele se inicia no contacto com o papel, no entanto, começa no olhar. A mão materializa aquilo que o olho observou, analisou e a mente reorganizou. Medir/analisar, constituiu assim, o primeiro acto do desenho diagramático, a estrutura da "gramática visual".