30.5.22

Desenho como Ato de Presença

 Neste workshop mantive o seguimento das mesmas preocupações com que tenho abordado a escultura: o registo e a marca como presença e memória.

Surgiram algumas inquietações referentes ao registo e á memória dentro do espaço, primeiro, só o facto de estar dentro do espaço e em contacto com ele já implicava uma presença, sendo que qualquer interação em si já deixava um registo; mas também pensei que esse primeiro registo podia ser apagado por outras marcas, outros registos, visto tratar de um espaço onde existe a possibilidade de haver muitos mais registos e marcas deixadas por mais intervenientes. 

Esse primeiro momento do processo ficou então marcado pela presença e concentração de toda a ação ao redor do espaço, ficando registados as marcas da primeira interação, sobrepostas depois por outras marcas registadas por cima das primeiras como forma continua da ocupação do espaço e ação dentro do mesmo.



O segundo momento do processo foi construído a pensar na interação e partilha de um espaço pré determinado.
Surgiram outras questões em relação ao registo e a marca e a sua relevância como presenças de uma memória, porque quando dobrei o papel ao qual tinha construído o primeiro processo, eu construí um espaço próprio, com maiores limitações, ao qual já não permitia uma ação e mudanças constantes como no primeiro momento, pois não permitia uma maior interação, mesmo que o espaço tivesse que ser partilhado.
Contudo, uma ideia surgiu através desta questão: Como posso deixar a minha marca num espaço onde a ação decorre, mas que o espaço serve um propósito quando partilhado com mais intervenientes? A solução que encontrei aqui baseou-se no registo da ocupação. 
A marca ao invés de ser um registo de uma ação presente e continua do espaço em constante mudança, serve como memória e registo de uma presença e uma ação passada.