“Como
representar emoções, sem falar nelas”
Vídeo performance
,2022
“Uma flor pode
parecer bela ou forte mesmo estando frágil no seu interior, sendo irreconhecível
para quem a vê a olho nu”
(Frames da video performace )
1ºMomento
Observamos uma flor no seu estado mais fraco,
despida de qualquer pétala. Ao longo do vídeo é adicionado mais pétalas ou “camadas”
a essa flor frágil, sendo possível observar marcas nela até que, no final, a
flor volta a ser uma flor limpa e viva, a imagem que pensamos quando nos é
pedido para “pensar numa flor”.
Para este
trabalho fiz uso da imagem metafórica através de uma flor, que é a minha via de
autorrepresentação.
O meu trabalho
autoral anda em volta de uma série de trabalhos e pinturas que sejam capazes de
representar diferentes condições e emoções, tornando a minha arte como meio de
reflexão indireta, de mim para o espetador.
Simbolismo das
flores
As pessoas
oferecem flores para transmitir símbolos potenciais que expressam significados
particulares. Dependendo das cores das flores, elas trazem consigo as emoções
do doador.
Neste contexto,
escolhi usar as flores como meio de autor representação para expressar condições
e as fragilidades humanas, partindo de um objeto naturalmente frágil. De uma
maneira subconsciente existe uma relação entre as flores pelas suas características
próprias e pelo simbolismo que elas têm para mim.
Enquanto pintora,
comecei a representar-me a mim e as minhas emoções a partir das flores que
pinto para o meu projeto autoral, criando uma máscara entre mim (artista) e
quem a vê (espectador). Esta foi a minha forma de expressar algumas emoções que sinto, podendo
assim “representar emoções, sem falar nelas”.
Exercício de
Aula
Para este
exercício, representei algumas fragilidades a partir do interior” manchado” da
flor e fui juntando as camadas até chegar á forma normal e forte, ou seja, o “grau
zero” de uma pessoa em geral. Quando pensamos no grau zero de uma flor imaginamos
algo vivo e puro, da mesma forma que pensamos numa pessoa em geral, num corpo.
“Se
consideramos um processo performativo como uma dinâmica suscetível de produzir
um jogo retórico, é porque supomos a existência de um grau-zero da ação, em
função da qual uma alteração pode ser interpretada como desvio sensível ou
alotopia”