Desenho, Instrução e Performance, Alejandra Pardo

Este workshop consistiu em criar arte por instruções. Num primeiro momento, cada estudante elaborou duas instruções: uma para a realização dum desenho e outra para a duma ação performativa, que podia ser possível ou impossível. Depois, foram intercambiadas anonimamente e cada estudante devia realizar as que recebeu.  

As instruções que eu elaborei para outra pessoa realizar foram as seguintes:

Quando as elaborei, quis dar prioridade á linguagem visual sobre a linguagem escrita, mas integrei uma frase em cada imagem para assegurar que a pessoa que as receba entendesse as instruções. Nas imagens, quis fazer ver o tipo de resultado que procurava e os materiais que devia utilizar, e nos textos escrevi as ações que a outra pessoa devia realizar ao seu jeito. 

Nas apresentações, soube que a minha colega Francisca realizou as minhas instruções, e eu as suas. Ela entendeu bem as minhas instruções e fiquei satisfeita com os resultados.  

As instruções que eu recebi foram as seguintes:

 

A primeira imagem é a instrução para a execução duma ação performativa, e a segunda é para a criação dum desenho. Aceitei o convite porque achei que me daria prazer a conexão com a natureza que conotam.

O lugar escolhido para a execução foi o parque de São Roque, na Campanhã, no Porto. A ação performativa tinha de ser realizada num jardim, e como sabia que ia ficar auto consciente quando a fizer, decidi criar primeiramente os desenhos no mesmo lugar, para me familiarizar com ele. Além, o jeito de desenhar que propõe pode formar parte do tocar e sentir que pede nas instruçoes da ação. 

O que me rodeava eram folhas de diferentes espécies de árvores, molhadas porque chovera horas antes:

Tatuei os seus contornos com marcadores de cores nos meus braços e pernas:  

Acho que noutra época do ano, na que for calor e o desenho for mais cómodo de executar, eu teria tatuado mais folhas e objetos e o resultado visual ficava mais interessante.  Além, a água das folhas que estavam molhadas estragou algumas silhuetas.  

Depois, executei a ação performativa, e dancei com o que me rodeava. Não sei dançar, mas me inspirei nos movimentos das folhas e os ramos causados pelo vento:  

Não inclui o vídeo da dança porque me levou tempo lutar contra o ridículo e pensar o que fazer, mas nestes fotogramas se vê o que estava a danzar com o que me rodeiava:  

Depois disso, fiquei relaxada para todo o dia; presumo que a minha colega pretendia que a execução das suas instruçoes causar esse efeito em mim. Sempre andamos ás pressas e acreditamos que não temos tempo para ir a um parque para fazer uma pausa, recarregar energia e estar em contato com a natureza, mas quando executei estas instruçoes, integrei-o no meu dia. Só fiz algo com o que desfrutei porque mo disseram umas instruçoes dum workshop duma aula.  

Acho que o desenho e a ação performativa foram mais interessantes para min a fazer do que para outras pessoas verem.