Desenho, instrução e performance
Penso na instrução como uma estrutura ou norma para realizarmos uma tarefa, ainda assim a interpretação é algo bastante singular, e o modo como é executada revela, também, a singularidade de quem a executa. O poder da instrução não é inerente a esta, mas na "submissão" de quem a recebe.
Para este exercício recebi duas instruções escritas por outro colega (anónimo)
- (Instrução
para realização de um desenho)
A partir de uma folha branca e uma caneta preta, desenha um ponto.
Agora tens a tua mosca.
Colocando a caneta sobre a mosca, e sem a levantar do papel, guia-a no sentido de procurar a saída para fora do papel, registando o seu movimento por via de linha contínua.
- (Instrução
para a realização de outra ação que não um desenho)
Numa folha, escreve aquilo que sentes no momento e, posteriormente dobra e coloca num envelope.
Demolha o envelope em água até este ficar bem molhado.
Com cuidado, leva o envelope ao congelador e deixa-o permanecer lá durante a noite.
No dia seguinte, retira o envelope do congelador e relê o que foi escrito no papel.
Em relação ao resultado, gostaria que a palavra se tivesse esborratado, criando alguma mancha à qual pudesse ter associado com a definição da própria palavra