25.1.23

Desenho, Instrução, Performance

1.

Seguem as instruções feitas por mim para outra pessoa. A primeira é para a realização da ação, a segunda do desenho.

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Fiz a instrução para o efeito de uma ação que atuasse a partir das formas do acaso. Ou seja, que levasse a pessoa a refletir sobre a realidade tal qual se presentificava no momento determinado, aos olhos e ao espírito. 


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Na segunda instrução, tentei que o desenho pudesse não só representar o objeto, mas conseguisse trazer a antítese da sua materialidade e de todo comportamento físico. O desenho, ao designar a pedra, passa a funcionar como uma, atuando na própria leitura e configuração do gesto sobre o espaço. 


2.
Quanto à instrução que recebi, havia um só documento com dois passos. O desenho acabaria por ser um objeto que surge da sua manipulação, através do recorte de um círculo. Não obtendo muito mais informação, recebera uma anotação poética que dizia "murmúrio do vento", acompanhado de um desenho de duas mãos a friccionarem um lápis, onde espetaria o círculo ao centro, formando um "cata-vento".
Decidi, assim, representar tudo numa só ação gravada, em que recorto a forma, e onde o passo seguinte parte da descoberta sobre a forma posta em movimento. Decidi prestar atenção aos ritmos e ao som do vento, fazendo o objeto durar, no espaço do vídeo. 





frames do vídeo (18'25'')