17.12.15

Inês Martins

A ação realizada ocupou um lugar imaginário, o Espaço Sideral. Num dia em que o céu se encontrava especialmente “vazio” sem nenhuns elementos habituais que podemos observar a uma primeira instância, como a lua ou estrelas, o exercício baseou-se em desenhos imaginários.

Através de um mapa com os pontos cardeais, defini o meu foco de desenho, Norte, Sul, Este, Oeste respectivamente, sendo o meu ponto de referencia central a Faculdade de Belas Artes.
Considerando o espaço da Faculdade o grau zero, e a minha elevação para o Espaço Sideral como o ato desviante, o conflito com o que é culturalmente uma norma, uma invasão de um espaço por um corpo estranho a ele mesmo, onde não é permitido em circunstancias habituais. No meu diário Intangible Things desenho aquilo que eu imagino e gostava de ver no Espaço em diferentes momentos numa rotação de 360º, ao mesmo tempo que sigo essas mesmas posições cá em baixo, no jardim da Faculdade. O desenho como ação e documentação permitiu-me uma relação mais presente e unida com a ação que estava a desenvolver, “estes desenhos simplesmente traduzem o olhar numa linha, uma linha que é quase continua e feita sem correções.” Stephen Farthing, Writing on Drawing, p.146