20.12.15

José Gomes

TRANSFERÊNCIA-ACTO-IMAGEM



Para este seminário escolhi a casa de banho da Faculdade de Belas Artes no Pavilhão Carlos Ramos, no piso 0, nomeadamente a 1º zona que é a do lavatório. O que me prendeu neste espaço foi o fato de possuir uma banca bastante grande para depois só ter um lavatório, que não está ao centro mas sim no canto direito da mesma; e um espelho que vai de uma ponta à outra da banca.

Sendo este um espaço para a higiene pessoal, ao ver a banca, esta levou-me para algo completamente distinto que é o ato de dormir.

A partir daqui surgiu a ação que pretendia que eu, o autor, me deita-se nesta banca como quem tira um momento para descansar.

O ato de dormir possui em si um série de conotações que remetem para um espaço privado, que não é de mais ninguém e que permita descansar sem interferências do mundo exterior.
A ação executada remete completamente para o oposto onde a ideia era a de confrontar-me as sucessivas interrupções que aconteceriam naturalmente neste espaço; 1º é uma casa de banho num espaço onde entram várias pessoas durante o dia; 2º existe um espelho que me permite ver quem entra e quem sai deste espaço, estando eu sempre vulnerável  ao espectador, mas também me permite ver as suas reações.
Estando o espaço inserido numa Faculdade de Belas Artes as reações não são tanto de espanto mas de alguma compreensão, uma vez que o espectador aqui é mais recetivo a tais ações.


Se leva-se este ato para um outro WC, num centro comercial por exemplo, as reações esperadas seriam de espanto e de algum receio de entrar neste espaço. 

Depois do ato realizado decidi executar uma simulação para um possível conforto neste espaço, utilizando o desenho como documento:




BIBLIOGRAFIA


AUSLANDER, Philip (2006). “The Performativity of Performance Documentation”. PAJ: a Journal of Performance and Art. 84. Vol 28