TRANSFERÊNCIA-ACTO-IMAGEM
João Oliveira
João Oliveira
No canto sudoeste da faculdade onde o pavilhão sul, branco e asséptico, se funde com um muro antigo, delapidado e coberto de musgo, o contraste é óbvio e o espaço não aparenta ter outra função senão ser um espaço de passagem alternativo. A minha acção consistiu em eu me colocar no papel de alguém improvável, nomeadamente, uma criança parada naquele espaço e que para passar o tempo, se diverte a decorar o velho muro para que ele não se sinta triste em relação ao ostensivo vizinho.
Assim sendo, dirigi-me à oficina de pedra onde recolhi vários fragmentos de mármore rosa e branco, acabado de cortar, que levei até ao muro, procedendo então a preencher as falhas que o afligiam.
"...the purpose of wich is to stimulate as much fantasy as possible."
- Alan Kaprow
Esta curta definição de "rumor calculado" foi, de certa forma, o fio de prumo que definiu o rumo e o propósito da minha acção. Uma contaminação do espaço originada a partir de um jogo de uma criança aborrecida e imaginária que poderia eventualmente estimular todo o tipo de especulações por parte daqueles que normalmente circulam por aquele espaço.