17.4.18

Desenho, Instrução e Performance

Instrução      João Ferreira

Realização    Beatriz Bizarro


Instrução






Instrução para ação
Regista quem passa por ti, quem fala para ti, o que pedem de ti, o que te rodeia, o caminho por onde vão, o caminho de onde vêm, encontra na desordem um acontecimento, um instinto, uma provocação.

Instrução para desenho

Encontra um meio visual que ilustre os dados que registas-te na "instrução 1". Ilustra-os consoante a sua lógica, o raciocínio que destes movimentos resultou.












Ação da Beatriz Bizarro





Instrução para desenho

"Recolhe folhas de papel de qualquer dimensão.
Escolhe o riscador que mais quiseres.
Desenha o que quiseres desenhar.
Termina o desenho.
Observa o que desenhaste.
Exalta-te com o que fizeste.

Deita o desenho ao lixo ou oferece-o a um desconhecido."










Nesta resposta à instrução que me foi dada pela Beatriz Bizarro, começo por dizer que há um ligeiro sentido de liberdade numa primeira instância, mas que é supostamente quebrada na fase final desta proposta que consiste em deitar ao lixo um desenho ou oferece-lo a um desconhecido, uma certa questão de ambiguidade no meu ponto de vista.

Foi-me dada a tarefa de recolher folhas de papel, escolher um riscado e desenhar o que quisesse.
Depois da recolha feita e do riscador escolhido, o desenho foi feito com base na sensação da reação do riscador no suporte, folhas mais sintéticas outras mais orgânicas possibilitaram diferentes desenhos, levados pela vontade do movimento do corpo. Sendo o riscador sempre o mesmo, o movimento é determinado pela possibilidade que o suporte oferece e o desejo de seguir a linha em movimento.
Depois de terminado o desenho a maior excitação surgiu na tentação de resolver uma situação com a qual não pretendia lidar. A solução assentou em deitar o desenho ao lixo, lixo diário e descartável é então o aposento do desenho.