29.4.18

Transferência ATO- IMAGEM

A performance dos Géneros


“Architecture is not simply about space and form, but also about event, action, and what happens in space.” Bernard Tschumi,  1976-1981

Entre a Mulher e o Homem, o feminino e o masculino, a vagina e o pénis… a saia e as calças, o laço e o chapéu entre outros símbolos que dividem a Mulher e o Homem nestes espaços performativos, traduzem uma arquitetura de códigos que controlam o comportamento de cada um de nós.
Já Deleuze afirma no seu livro Proust e Signos « não mais uma homossexualidade global e específica em que os homens se relacionam com os homens e as mulheres com as mulheres numa separação de duas séries, mas uma homossexualidade local e não especifica em que o homem procura também o que há de masculino na mulher, e a mulher, o que há de feminino no homem; e isso na contiguidade compartimentada dos dois sexos como objetos parciais.»
A nova área, inventada pela Burguesia no século XIX já não servia só como um espaço destinado a resíduos, mas gradualmente, tornou-se num espaço limitado com novos códigos conjugais e domésticos que exigiram uma redefinição espacial de géneros, em que indiretamente eram cúmplices em normalizar a heterossexualidade e considerar a homossexualidade como uma patologia. Começa a existir um controlo nas casas de banho públicas em que se avalia a adequação de cada corpo com códigos existentes de masculino e feminino. Com o crescimento das comunidades LGBT novos problemas começam a ser levantados, tais como a definição do género como um voto livre de cada um e não pelo sexo atribuído no nascimento.
« E se essa pessoa não se define em nenhum destes géneros ? qual será o seu espaço destinado?
Porque é que as casas de banho para as pessoas de mobilidade reduzida não são dividas também pelo seu género? Serão eles um novo género? Ou será que nem sequer têm direito a ele?»
Paul Beatriz Preciado, transgénero e autor do livro Manifesto Contrassexual explora esta ideia entre muitas outras dentro dos estudos de género. O autor afirma que «ninguém está interessado em saber se vou mijar ou cagar, se vou fazer diarreia ou não, nem sequer estão interessados na cor ou no tamanho da merda. O que importa é o género».
A Performance dos Géneros procura abrir um novo pensamento sobre estes espaços que comandam e inspecionam o comportamento do Homem, sem opção de escolha. No edifico Sul, no WC do piso 2 é visionado este comportamento entre géneros: Pude verificar a performance de cada um dos géneros que por ali passou.