1.12.16

Transferência - Imagem - Acto


1.




‘’Praticamente contemporâneos um do outro, ambos descrevem acções que, por razões distintas, nunca existiram fora da sua condição de partidura. São, na verdadeira acepção da palavra, actos em reserva, anotações de gestos, movimentos, objectos, sonoridades, espaços, aproximações a uma retórica da posse que se ensaia na sua condição de esboço, como possibilidade adiada.’’ Paulo Luís Almeida, Psiax nº2, II serie
Esta era, de facto, uma instrução que me permitiria usar um outro olhar sobre a possibilidade de transformar o nada, o vazio, a escuridão, de lhe atribuir uma imagem. Não foi concebida para um resultado, antes para uma reflexão sobre a transformação, e todas as implicações inerentes à mesma. Temo que, à semelhança de muitas outras tentativas de transformação, assim como de pedidos sobre, e de, o impossível, o tenha feito ‘’perder-se’’ no abismo.

2.




‘’Protocolo, para alem da sua acepção social e computacional, é uma expressão que activa um espaço paradoxal e heterogéneo na relação que o desenho estabelece com um contexto performativo. (...) instruções visuais que formalizam a ligação entre o artista e o executante; aos modelos de uma acção; ao desenho como catalisador de possibilidades; como estratégia psicológica na manipulação de comportamentos; mas também as descrições do processo de resolução criativa de um problema.’’ Paulo Luís Almeida, Psiax nº2, II serie

A instrução era simples, retirar todas as acções que são, normalmente associadas e/ou ‘’dependentes’’ de uma rede ou espaço virtual e manipular o comportamento do outro, de forma a que este tivesse que continuar aquilo que realizava ''entre''/num espaço ‘’ficcional’’,o concretizasse fora do mesmo. 
Aqui a ligação entre mim, a acção e o executante era bastante maior, no sentido em que me fascinava a possibilidade de realizar esta instrução com o maior número de pessoas possível a fim de conseguir reunir o maior número de resultados possível. Funcionava como um teste de laboratório, muito à semelhança da carga simbólica que lhe é intrínseca. 
Deixo-vos com o primeiro caso de estudo...