Ensaio: Retórica do ato performativo
O caminho
da linguagem é, todo ele, marcado pela intencionalidade na construção do mundo
humano do sentido. A natureza desse pensamento visual e dos sentidos, que
retiramos e devolvemos ao mundo, estão envoltos nos mesmo mistérios e
enfrentamentos por aqueles que têm algo a dizer, do mundo que os afeta, afirma
Otávio Filho, (2012, p 7).
O ensaio está sendo construído a
partir da figura da mulher e sua relação com outras mulheres e com a terra (o termo terra aqui
alcança palavras outras, como território – espaço – lugar – condição). A
experimentação deseja alcançar a importância da sororidade, muitas vezes
escondida no embrutecimento da vaidade e da indiferença, nos afirmando apáticas
umas às outras, submetidas a todo tempo às ditaduras doentes e que, de nada são
sociais. O trabalho aponta para pensar a arte como uma potência afetiva entre
mulheres – um existir-corpo que se dilata, se agrupa e se reconhece em outros.
O ensaio também faz analogia à objetificação da mulher com a galinha – seres
que já nascem demarcados por sua utilidade, atravessados por mundos externos de
condições e limites, de uma sociedade que deixa marcas e tenciona o desciclo –
ferindo o poder natural da vida, uma força que não deve ser ameaçada. É a voz
do corpo feminino que tencionamos aqui, numa sutil reflexão sobre a opressão e
a violência contra a mulher, trazendo a figura da galinha como desvio de uma observação
e constatação. Gerando perguntas mais do que respostas.