22.6.18

Trabalho Final - Desenho como ato performativo


T u d o - e s t á - a  - a c o n t e c e r 



A janela é vista enquanto um dispositivo de passagens. Um abrir do espaço interior para o exterior. A janela conduz o olhar. Instiga. É detentora de um dissimular do tempo. Há qualquer coisa de intenção na relação do aberto e fechado das janelas, e como essa ação modifica as intenções, o gesto, a corporeidade.  Um ato não vem só. Há um sentido orientado na transferência da ação:
 As janelas são proponentes de um deslocamento. Geradoras de uma ação e reação. Uma afirmação à linguagem do nosso corpo. Que sempre impõe sua presença.  As fotografias das janelas servem como testemunho que o meu corpo esteve lá. O desenho feito nelas, interferindo-as, vem servir de prática em si mesmo. Há qualquer coisa de presença reagida a partir da transferência dos gestos. Se por um lado, assumo a janela como uma abertura. Um mundo possível. Por outro, a coloco em um esvaziamento. Uma suspensão visual. Deixando-a nua, com a força sensorial do tempo que foi. Sensações despertadas no gesto inicial. 

Deixo a minha materialidade impressa nas janelas. como aberturas acesas, que se dilatam e se ampliam. E não me importo em deixá-las no escuro por algum tempo. É um movimento. Uma forma de desenhar.