T u d o - e s t á - a - a c o n t e c e r
A janela é vista enquanto um dispositivo
de passagens. Um abrir do espaço interior para o exterior. A janela conduz o
olhar. Instiga. É detentora de um dissimular do tempo. Há qualquer coisa de intenção
na relação do aberto e fechado das janelas, e como essa ação modifica as
intenções, o gesto, a corporeidade. Um
ato não vem só. Há um sentido orientado na transferência da ação:
As janelas são proponentes de um
deslocamento. Geradoras de uma ação e reação. Uma afirmação à linguagem do nosso
corpo. Que sempre impõe sua presença. As
fotografias das janelas servem como testemunho que o meu corpo esteve lá. O
desenho feito nelas, interferindo-as, vem servir de prática em si mesmo. Há
qualquer coisa de presença reagida a partir da transferência dos gestos. Se por
um lado, assumo a janela como uma abertura. Um mundo possível. Por outro, a
coloco em um esvaziamento. Uma suspensão visual. Deixando-a nua, com a força
sensorial do tempo que foi. Sensações despertadas no gesto inicial.
Deixo
a minha materialidade impressa nas janelas. como aberturas acesas, que se
dilatam e se ampliam. E não me importo em deixá-las no escuro por algum tempo.
É um movimento. Uma forma de desenhar.